CABELO NÃO TEM GÊNERO


10-09

Por que é tão importante para nós a definição de gênero?

É com essa reflexão que vamos trocar uma breve ideia sobre: cabelos.

Você já se sentiu julgade por sentir que seu cabelo era inadequado? Já viu uma mina sendo criticada por raspar a cabeça ou um mino sendo criticado por deixar o cabelo crescer? Já conheceu pessoas que se vestem de forma neutra, ou talvez de aparência mais andrógina? Acho que no fundo no fundo, nós não estamos acostumados àquilo que foge do padrão. Mas o que é o padrão? Bom, agora que o papo já está dado e as dúvidas estão estabelecidas, vamos direcionar para o que realmente viemos falar aqui.

Quando falamos de cabelos naturais (principalmente os com curvatura), estamos falando de fios que fogem do padrão produzido pela indústria (alisados e com mechas loiras bem específicas e características). Cabelos, esses, que muitas vezes não possuem nem uma definição concreta da sua própria curvatura. Eu atribuo essa característica à grandeza da personalidade desses cabelos, uma vez que em uma mesma cabeça nós podemos encontrar vários tipos de cabelo e curvatura. O que normalmente acontece é que, com esses padrões impostos pela indústria da beleza, pela indústria cosmética, e principalmente pela publicidade que induz isso todos os dias, acabamos não reconhecendo as particularidades como legítimas dentro da nossa sociedade. Mas a grande verdade é que cada cabelo é único, cada cabeça é única, cada corpo é um. E sendo assim, faria muito mais sentido exaltar certas particularidades de cada um, ao invés de tentar transformar a todos em uma coisa só. E essa questão mercadológica e social (que envolve outras questões sociais, não apenas de gênero) pede que tenhamos também um gênero estabelecido para que seja cumprida uma função dentro desta grande indústria.

Na minha humilde concepção, o que nos falta é sensibilidade, a ponto de admitirmos para nós mesmos que gênero é uma mera caixinha a ser preenchida, que cada cabelo é único e tem suas qualidades (assim como os seres humanos que os portam), e principalmente, que nós NÃO SOMOS UM PRODUTO.

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